sábado, 29 de dezembro de 2012

O Plano dos Centenários - os novos projetos



Escola masculina de Terroso, São Salvador, Póvoa de Varzim, Porto
Edifício de 2 salas, simples. Tipo Douro Granito
Arquivo Direcção-Geral do Equipamento Escolar, 1971


Os estudos apresentados pela Direção dos Edifícios Nacionais do Norte serviram de base aos projetos definitivos das escolas primárias de todo o país. Os edifícios, todos com a mesma planta, obedeciam a dois tipos destinados a um só sexo ou com separação para os dois sexos. Os alçados seriam elaborados de forma a marcar, mesmo por qualquer pequena característica, cada uma das regiões. Estavam previstas soluções para 1, 2, 3 e 4 salas de aula, para 1 sexo, e para 2, 3 e 4 salas de aula para 2 sexos. Todas as soluções foram estudadas de forma a serem suscetíveis de ampliação quando julgado oportuno.

O Plano dos Centenários previa a construção de edifícios de 6 e 8 salas. Foram estudadas como ampliação dos projetos aprovados em 1944. Mantinha-se o mesmo tratamento dos espaços e, de um modo geral, o mesmo aspeto dos interiores e exteriores.


Fonte: Museu Virtual da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e Cultura

A escola, atualmente:


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Plano dos Centenários - as primeiras escolas


Dada a urgência de iniciar os trabalhos, Duarte Pacheco teve a intenção de rapidamente iniciar a construção de 200 edifícios em todo o país. Assim, cada Direção Regional, da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, estudaria a localização de 50 escolas. Como os novos projetos ainda não estavam prontos, foram construídos, conforme a região, os projetos tipo Rogério de Azevedo e Raul Lino com as alterações exigidas pelo Plano, isto é, os edifícios com mais de 1 sala seriam geminados de forma a poderem garantir a separação total dos sexos. Alguns pormenores das fachadas também foram simplificados.

Os projetos tipo Rogério de Azevedo e Raúl Lino fazem parte dos projectos tipo regionalizados, desenvolvidos pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, em 1935, e destinados a serem construídos em série de harmonia com as características da arquitetura regional, impostas não só pela aplicação dos materiais próprios dessas regiões, como também pelas variações do clima.

Os projetos da autoria do arquiteto Rogério de Azevedo eram destinados às regiões do Norte e Centro do país. Existem soluções para 1, 2, 2 sobrepostas, 3 e 4 salas de aula. As soluções de 3 e 4 salas de aula desenvolvem-se em 2 pisos. É usada sempre a mesma planta, em L, variando o aspeto exterior conforme a região. Conhecem-se seis tipos, resultando em 32 soluções: tipo Minho (Tijolo); tipo Alto Minho (Granito); tipo Douro (Granito); tipo Beira Alta (Granito); tipo Beira Litoral (Cantarias); tipo Trás-os-Montes (Xisto).

Os projetos da autoria do arquiteto Raul Lino eram destinados às regiões do Sul do país. Existem soluções para 1, 2, 3 e 4 salas de aula. As soluções de 3 e 4 salas desenvolvem-se em 2 pisos. É usada sempre a mesma planta, variando o aspeto exterior conforme a região: tipo Estremadura (Cantaria); tipo Alentejo e Algarve (Tijolo); tipo Algarve.

Fonte: Museu Virtual da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e Cultura

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escola Primária de Represa


Abaixo, fotografia tirada em 2023, gentilmente cedida pela D. Isabel Alber. Muito obrigado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Escola de Pombeira

Pombeira - edifício onde durante muito tempo funcionou a escola. Anos 60
Pombeira - casa da professora, onde havia uma sala de aula

domingo, 21 de outubro de 2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Plano dos Centenários - Introdução


Hora do recreio na Escola de Caminhos-Lama, Barcelos, Braga

1973
Direcção-Geral do Equipamento Escolar



Os edifícios escolares representam uma forma particular de património. Constituem uma referência da nossa memória coletiva e representam diferentes conceções do ensino.
 O Plano dos Centenários constituiu um projeto de construção de escolas em larga escala, levado a cabo pelo Estado Novo em Portugal, entre 1941 e 1974. A designação do plano é tornada oficial por um artigo da Lei do Orçamento Geral do Estado para o ano de 1941: "O governo iniciará em 1941 a execução do plano geral da rede escolar, que será denominado dos Centenários e em que serão fixados o número, localização e tipos de escolas a construir para  completo apetrechamento do ensino primário, inscrevendo-se no orçamento as verbas necessárias para as obras a realizar em participação com os corpos administrativos ou outras entidades" (art.º 7.º da Lei n.º 1985, de 17 de Dezembro de 1940).
Como observou a investigadora Filomena Beja, o título atribuído ao Plano era "tardio e forçado". Esta autora explica que "As comemorações dos Centenários tinham sido encerradas a 3 de Dezembro de 1940 e do seu grandioso plano de obras públicas não constam as escolas primárias, como se verifica quando foi anunciado - entre Janeiro de 1939 e Dezembro de 1940 - o propósito de festejar o Duplo Centenário da Fundação e da Restauração de Portugal" (BEJA, Filomena; 1996. P.14).
De acordo com o teor das ordens de serviço enviadas durante o mês de Outubro de 1941 pelo Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais para as quatro Direções Regionais de Edifícios, Duarte Pacheco teve a intenção de rapidamente iniciar os trabalhos para a construção de 200 edifícios. Coube a cada uma das Direções estudar a localização de um grupo de 50 escolas, organizando e remetendo ao Director-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais Mapas de distribuição dos Edifícios. Os mapas, examinados e alterados pela Comissão de Revisão da Rede Escolar, fixavam o número de edifícios e de salas a construir em cada freguesia. De entre os critérios invocados para justificar as necessidades por distrito, e as prioridades por concelho, estas eram:

- Mau estado das instalações escolares existentes
- Elevado número de crianças inscritas para a frequência
- Facilidades na aquisição dos terrenos, ofertas locais de materiais de construção
- Falta de salas para separação dos sexos.

A Comissão de Revisão da Rede Escolar publicou no início de 1943 o número de salas a construir por distritos, concelhos e freguesias (Diário do Governo, II Série, de 5 de abril), referência obrigatória para todas as decisões sobre a construção de escolas primárias. Paralelamente, as Repartições Técnicas da DGEMN procederam ao estudo de um questionário que, depois de respondido pelos municípios, permitisse avaliar as condições locais para o lançamento dos futuros programas anuais de construção.
Após a remessa do questionário às Câmaras Municipais, em 1944, deu-se início à Fase I do Plano dos Centenários que incluía apenas os concelhos cujas câmaras responderam (cerca de um terço). As fases seguintes sucederam-se até finais de setembro de 1969, quando a Delegação para as Obras de Construção de Escolas Primárias cessou funções.
A primeira fase do Plano dos Centenários compreendia a construção de 561 edifícios com 1 250 salas de aula, distribuídos por todos os distritos do país, incluindo as ilhas. Pretendia-se que esse ritmo fosse mantido por 10 anos até se concluírem cerca de 12 500 salas de aula. O total previsto no Plano dos Centenários compreendia cerca de 11 458 salas de aula a que correspondiam 6 809 edifícios.

Fonte: Museu Virtual da Secretaria Geral do Ministério da Educação e Cultura

A escola, atualmente:


Escola do Rosmaninhal

Anos 60